Programa contra
infecção hospitalar completa dez anos amanhã
Fonte:MS Notícias.
Neste sábado (6), completa dez anos o Programa
de Controle da Infecção Hospitalar, que dispõe sobre a obrigatoriedade
de os hospitais criarem uma comissão de controle de infecções
hospitalares (CCIH) para tentar evitar a ocorrência do problema. De
acordo com o site da Rede Governo, estudos internacionais indicam que
um programa de controle de infecção hospitalar bem conduzido reduz em
30% a taxa de infecção. O governo federal, como parte das ações nesse
setor, instituiu ainda o Dia Nacional de Controle de Infecção - 15 de
maio.
No Brasil, os riscos representados pela infecção hospitalar ganharam
visibilidade e sensibilizaram a população em março de 1985, quando o
presidente Tancredo Neves morreu em decorrência do problema. Desde
então, o governo vem tomando medidas para diminuir a ocorrência de
contaminações na rede hospitalar. Atualmente, as diretrizes gerais
para o controle das infecções em serviços de saúde são delineadas pela
Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa).
Segundo dados da Pesquisa Nacional sobre Infecção Hospitalar,
realizada em 2006 pela Anvisa em parceria com a Faculdade de Saúde
Pública da Universidade de São Paulo USP), 76,1% dos hospitais têm
comissão de controle de infecção formalmente nomeada e apenas 3% deles
não realizam vigilância epidemiológica das infecções. Dentre os 72,6%
que investigam os casos de infecção, 81,3% utilizam como método a
busca ativa dos casos, processo de detecção recomendado pelo
Ministério da Saúde. A pesquisa foi feita em 4.118 (61,3%) dos
hospitais brasileiros. O estudo anterior sobre o assunto havia sido
realizado pelo Ministério da Saúde em 1994.
Programa
De acordo com o Portal de Serviços e Informações do Governo (Rede
Governo), ligado ao Ministério da Saúde e à Anvisa, algumas
prioridades do Programa de Controle da Infecção Hospitalar são a
realização de um inquérito nacional sobre a situação das infecções
hospitalares; a elaboração de um mapeamento no que diz respeito à
implantação do programa no âmbito estadual, municipal e nos serviços
de saúde; a realização de visitas às autoridades de saúde dos estados
para levantamento de dados e a obtenção de subsídios necessários à
implantação definitiva do programa em todo território nacional.
Além disso, o programa de controle pretende promover ação para
prevenir o uso indiscriminado de antimicrobianos e germicidas
hospitalares, evitando criação de micróbios resistentes e contribuindo
para uma sensível diminuição dos custos hospitalares globais.
De acordo com a Agência Saúde, são chamadas infecções hospitalares
aquelas desenvolvidas pelos pacientes após a admissão no hospital
relacionadas à internação ou a procedimentos hospitalares. Pacientes
mais debilitados, como recém-nascidos prematuros, estão mais sujeitos
a essas infecções e neles as infecções podem ser mais graves.
Entre as medidas para combater o problema, o Ministério da Saúde
sugere desde ações simples, como a higienização das mãos, até cuidados
mais sofisticados relacionados à esterilização de equipamentos e ao
uso de produtos especialmente desenvolvidos para evitar infecções.
A Anvisa, desde 2006, coloca à disposição de hospitais gratuitamente o
Sistema Nacional de Informação em Serviços de Saúde (Sinais), software
que aprimora o estudo do controle de infecção no país. As informações
sobre infecção nos hospitais catalogadas pelo programa permitem
acompanhar e agir rapidamente na solução dos casos detectados, segundo
a Agência.
Antes, esse tipo de software só era adquirido a altos custos.
Atualmente o programa está disponível no site da Anvisa. Com a adoção
do sistema, as informações sobre infecção hospitalar processadas pelos
estados e municípios podem ser repassadas à Anvisa pela Internet ou
por disquete e, ainda, podem ser usadas para cálculo de índices de
infecção hospitalar. A Anvisa oferece ainda um curso de controle de
infecção hospitalar via Internet.
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