24 pessoas aguardam por vaga em leito de UTI no Ceará
27/12/2006 00:44 Jornal O Povo
Até ontem, 24 adultos aguardavam leito numa Unidade de Tratamento Intensivo
(UTI), em Fortaleza. O número ultrapassa a média registrada nos últimos meses,
cerca de 20 pacientes, de acordo com o coordenador de políticas públicas da
Secretaria Municipal da Saúde, Alexandre Mont'Alverne. "No fim do ano, aumentam
os feriados e os acidentes", justifica. Segundo o coordenador, o ideal seria
reduzir esse número para dois ou três pacientes. "Claro que melhor seria não ter
ninguém, mas como a lista é muito dinâmica, entra e sai paciente todo dia, até
três temporariamente na espera dá para administrar", diz, lembrando que "em
época de crise, o número chegou a mais de 40".
Se o raciocínio é correto, os 20 leitos novos de UTI do Hospital Geral de
Fortaleza, finalizados no último dia 21, mas ainda não entregues à população,
devem reduzir o tempo de espera por uma vaga. Fisicamente, a obra foi
concluída, faltam os equipamentos. "Eles foram licitados e uma das empresas está
questionando o processo. Recebi uma notificação da Justiça e estou respondendo",
explica o diretor geral do HGF, Florentino Cardoso. Sem precisar uma data para a
homologação da licitação, Florentino acredita que depois de finalizar o
processo, os 20 leitos comecem a funcionar em, no máximo, duas semanas. "A
equipe para cuidar da nova área intensiva já está formada", informa.
Dos 24 pacientes na fila por uma vaga na UTI, 15 estão no HGF. "O próprio perfil
do hospital, que atende emergências clínicas e cirúrgicas, causa isso", diz Mont'Alverne.
Nos últimos três anos, a rede de saúde da cidade ganhou 102 novos leitos,
contando os de neonatal e considerando rede pública e privada. Mesmo assim, a
média de espera chega a 20 pacientes, classificados de acordo com a prioridade
de internação. A prioridade 1 é a mais urgente e a 4 a mais branda. "A
perspectiva, inaugurando esses 20 leitos do HGF, é melhor. A emergência clínica
de lá acaba acumulando pacientes para UTI", diz Mont'Alverne.