Os segredos do Einstein
Conheça os novos planos de um dos melhores hospitais da América Latina para manter a liderança
IstoÉ - 19/Maio/2007
 

INOVAÇÃO Lottenberg investe em pesquisa genética e na ampliação das instalações para atender uma população que viverá cada vez mais

Próximo de completar 36 anos de funcionamento, em julho, o Hospital Israelita Albert Einstein, em São Paulo, passa por uma grande avaliação para se conservar, na próxima década, como uma referência em pesquisa e qualidade de serviços médicos. De que modo levar adiante a instituição que reúne cinco mil médicos e 700 leitos, investe R$ 30 milhões por ano em pesquisas e criou uma faculdade para formar seus profissionais? "Estamos nos ajustando às exigências do futuro", antecipa o médico Cláudio

Lottenberg, oftalmologista de 46 anos que cumpre o segundo mandato como presidente do hospital. O primeiro passo dessa estratégia foi dado há dois meses, com o início das obras de um novo prédio em frente ao atual, no bairro do Morumbi. A instalação terá 95 mil metros quadrados, triplicará a capacidade do hospital e seguirá normas de preservação ambiental.

A decisão está baseada em avanços da medicina. "O tratamento do câncer já é feito em ambulatórios, sem as antigas internações e com menores efeitos colaterais. Precisamos de mais áreas para esses procedimentos", explica Lottenberg. O especialista também acredita que as informações sobre os genes terão maior aplicação. "Diagnósticos e tratamentos a partir da genética devem crescer em média 35% nos próximos anos. Por isso, estamos investindo na pesquisa genética", afirma. Simultaneamente, a melhora dos recursos de diagnósticos e terapias contribuirá para o aumento da expectativa de vida. "Teremos pacientes mais velhos, que podem demorar mais tempo para se recuperar", conclui Lottenberg, autor do livro A saúde brasileira pode dar certo (Ed. Atheneu), lançado em 2006.

O investimento regular do Einstein em programas de qualidade é outro ponto de honra na agenda. "Revemos as rotinas continuamente para melhorar os resultados. Fomos os pioneiros na criação de condutas de atendimento de emergência para prevenir seqüelas em pacientes de acidentes vasculares cerebrais, os derrames, desde a chegada da ambulância", explica o administrador. O hospital também pretende intensificar a prestação de serviços em áreas de excelência para a rede pública. "Hoje, 90% dos transplantes de fígado realizados neste hospital são feitos pelo Sistema Único de Saúde. Queremos ampliar essas parcerias e levar um pouco do Einstein a cada cidadão", diz o médico.