Home Care se destaca como alternativa eficiente para redução do índice de infecções
Em 02/04/2007
 O Serrano

Cerca de 36% dos estabelecimentos de saúde com leitos para internação no país não fazem controle de infecção hospitalar (IH). A constatação é de uma pesquisa realizada em novembro do ano passado pelo IBGE. Esse número pode explicar os dados publicados recentemente pelo Ministério da Saúde em que 15% dos pacientes internados contraem infecções hospitalares. A IH começou a ser estudada na década de 40, com o pós-guerra, e de lá pra cá muita coisa evoluiu, como os Programas de Controle e Prevenção de Infecções e, também, com o surgimento do atendimento médico domiciliar, o home care, que reduz para 0% a possibilidade do paciente adquirir infecção.
No home care, ações efetivas de controle e prevenção da IH também são imprescindíveis e possíveis por meio do treinamento e capacitação da equipe envolvida e da família. “Dentre essas medidas estão a biossegurança, precauções com o ambiente domiciliar, gerenciamento dos resíduos produzidos, manutenção da limpeza e esterilidade de materiais e equipamentos. Além disso, a análise das condições sanitárias e de higiene do paciente, assim como dos integrantes da família permitem que o cliente se mantenha com segurança no domicílio”, explica a gerente de enfermagem da HospitaLar Assunção, Regiane Polizer. A empresa mantém uma comissão de controle de infecção, biossegurança e capacitação da equipe.
Infecção Hospitalar é toda infecção adquirida pelo paciente depois de ter dado entrada no ambiente hospitalar, excluindo as infecções que estão incubadas no momento da internação. Mesmo quando ele recebe alta e logo depois desenvolve uma infecção, ela também é considerada uma HI, desde que esteja relacionada à internação ou ao procedimento hospitalar realizado. “Dentro de um hospital, apesar dos cuidados, todos os pacientes estão sujeitos a infecções, na maioria das vezes provocadas por bactérias endógenas do próprio paciente”, explica Polizer.
No último mês, o Brasil acompanhou o drama da adolescente Priscila Aprígio, de 13 anos, vítima de uma bala perdida durante a um assalto a banco. A menina ficou paraplégica e, alguns dias após ter recebido alta do hospital, voltou a ser internada porque teve uma infecção no local do trajeto da bala, do rim esquerdo até a coluna. A IH é uma discussão histórica e teve bastante destaque na mídia principalmente na década de 80 quando as denúncias vinham juntas a outras ocorrências devidas à péssima qualidade da assistência prestada na época, além da falta e desigualdade de acesso. Em 1981, a notícia “Pesquisador diz que infecção hospitalar mata 150 mil por ano”, alarmou a população. Um ano antes, a Folha de S. Paulo tinha publicado a reportagem “Infecção é a quarta causa de mortes no país, diz médico”.