Menino com doença degenerativa respira sem aparelhosMogi News agosto/2006 |
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(Folhapress) - O menino
Jhéck Breener de Oliveira, 5, pivô de um caso de repercussão internacional
sobre a eutanásia, está há cerca de três meses respirando parte do dia sem
a ajuda de aparelhos. Jhéck, de Franca, ficou internado nove meses e há
cerca de um ano voltou para a casa da mãe, amparado por uma UTI domiciliar
cedida pelo Estado.
Em agosto do ano passado, o pai dele, o recepcionista Jeson de Oliveira, 36, ameaçou entrar na Justiça visando pedir autorização para realizar a eutanásia no filho. Oliveira desistiu da eutanásia no dia em que o documento seria protocolado no Fórum de Franca. "Eu não agüentava ver o meu filho desse jeito. Eu preferia que Deus o levasse, disse Oliveira na época. Jhéck é portador de uma doença degenerativa do sistema nervoso central: ele perdeu os movimentos dos braços, das pernas e do pescoço, se alimenta por meio de sonda e não fala. Mas, segundo a mãe dele, Rosemara Santos de Souza, 23, hoje Jhéck consegue sorrir, após ficar quase um ano sem conseguir mostrar nenhuma reação. "Ele demonstra com os olhos os sentimentos e consegue prestar atenção nas coisas que estão a sua volta. Desde que voltou para a casa da mãe, Jhéck não viu mais o pai, que foi proibido por Rosemara de ver a criança. "Gostaria que ele [Jeson] visitasse o filho, mas tenho muito medo da reação dele [do pai]. Jeson, apesar de só ter notícias do filho pela imprensa, disse que entende as atitudes de Rosemara. "É lamentável que eu não possa mais visitar o Jhéck, mas eu posso atrapalhar alguma coisa porque mãe tem mais força para agüentar as coisas. Mas eu queria vê-lo e tocá-lo. Eu não vou desistir. Além de ameaçar entrar na Justiça, por duas vezes o pai invadiu o hospital para tentar desligar os aparelhos do filho. Agora, diz que desistiu da eutanásia. "Armei uma guerra contra o mundo sozinho e não vou mais brigar. Desisti. Oliveira afirmou que nunca teve a real intenção de desligar os aparelhos ao invadir o hospital, mas apenas chamar a atenção para o problema do filho. Casa A casa de Rosemara tem quatro cômodos e foi adquirida com R$ 20 mil que ela ganhou em um programa de TV após contar a sua história. Ela mora sozinha com o filho e não trabalha mais como costureira. Disse que vive com a ajuda de amigos, do hospital e da igreja que freqüenta. Além dos cuidados especiais com a alimentação e com a higiene pessoal, Jhéck toma três tipos de remédios. Irreversível Para o diretor do hospital da Unimed, Elson Rodrigues, o quadro do garoto é irreversível, mas o fato de ele estar recebendo os cuidados em casa, onde foi montada uma UTI (Unidade de Terapia Intensiva) domiciliar, ajuda a amenizar alguns sintomas. Uma vez por mês, Jhéck volta ao hospital para fazer exames. "O ambiente e o apoio familiar é essencial. Este garoto tem plenas condições de levar uma vida dentro de casa. Veja mais : Menino JHECK >> |