São Luís

02/04/2007 - 19:40h

Conselho da Criança e Defensoria Pública discutem UTIs Neonatais

 

SÃO LUÍS - O Conselho Estadual da Criança e do Adolescente discute nessa terça-feira, 3, às 15h, em reunião extraordinária, a questão das UTI`s Neonatais em São Luis. O nascimento de bebês que necessitam de cuidados especiais é uma preocupação do conselho que vai debater o assunto com a Defensoria Pública e outros convidados.

Uma das características do período neonatal são as altas taxas de morbi-mortalidade devido ser uma fase de grande fragilidade do ser humano e alta taxa de propensão a ocorrência de seqüelas, muitas vezes incapacitantes e de longa duração. Para que estas taxas diminuam e haja a recuperação de alguma patologia que venha ocorrer neste período sem que haja seqüelas é indicado o encaminhamento para Unidade de Tratamento Intensivo Neonatal (Utin).

Na unidade de cuidados intensivos neonatais são internados, principalmente, recém-nascidos prematuros, que correm risco de vida e necessitam de cuidados 24h por dia, bem como aqueles que sofreram algum problema ao nascimento .

São indicados para a Utin, recém-nascidos com baixo peso (abaixo de 1500g, grandes ou pequenos para idade gestacional; filho de mãe diabética, malformação; suspeita de infecção congênita; icterícia não-fisiológica, asfixia perinatal, pós-maturidade; anomalias congênitas importantes; anemia aguda; convulsões dentre outras doenças ou dificuldades de parto. Os recém-nascidos são isolados conforme as medidas de precaução

 

São Luís

03/04/2007 - 23:48h

Falta de UTIs neonatais gera discussão

SÃO LUÍS - A Defensoria Pública do Estado vai propor a formulação de um Termo de Ajustamento de Conduta (TAC), com o intuito de solucionar o colapso no atendimento de urgência pediátrica nos hospitais públicos de São Luís. A medida foi anunciada ontem, durante uma reunião do Conselho Estadual da Criança e do Adolescente (Cedca), no auditório da entidade, na rua de Nazaré, Centro, com gestores em saúde do Estado e diretores de hospitais públicos da capital.

Na rede pública da capital, atualmente há apenas 10 leitos de UTI pediátrica (para bebês com mais de 30 dias de nascido), 50 UTIs neonatais, sendo 20 no Materno Infantil, 20 na Maternidade Marly Sarney e 10 na ‘Bendito Leite’. As Unidades de Terapia Semi-Intensivas somam apenas 18 no Materno Infantil.

“Pela própria estrutura da Defensoria, trabalhávamos a questão como casos individuais. Mas essa problemática nos fez perceber que trata-se de uma demanda coletiva, porque estava relacionada a uma série de circunstâncias parecidas, que são as infecções respiratórias ocasionadas na época das chuvas de verão. Nós vamos, por isso, verificar todas as possibilidades apresentadas pela Secretaria de Saúde e propor um Termo de Ajustamento de Conduta, explicou Ana Flávia Vidigal, defensora-geral do Estado
A despeito de todas as questões estruturais suscitadas, a defensora geral do Estado acrescentou: “Vamos interagir para saber quais as dificuldades colocadas, sobretudo acerca do financiamento da gestão em saúde e, a partir disso, propor, no tempo, uma perspectiva de resolução dos problemas”.

Nesse sentido, uma das propostas foi apresentada pelo pediatra Egídio Ribeiro, adjunto da Secretaria de Estado da Saúde (SES). Trata-se da reforma na Maternidade Benedito Leite, com a implantação de sete novos leitos na unidade intermediária (semi-intensiva). “Isso representa, indiretamente, mais vagas em leitos na terapia intensiva neonatal, além de maior rotatividade, ou seja, aqueles pacientes que passaram da fase crítica, que não precisam mais de toda a aparelhagem eletrônica, mas podem ter alta da UTI e serem internados nas unidades de terapia semi-intensiva. Essa reforma já está sendo feita. Estamos providenciando a aquisição dos equipamentos e dos recursos humanos”, disse o adjunto da SES.

Egídio Ribeiro mencionou ainda a ampliação, em andamento, da Maternidade Marly Sarney, na Cohab, com o incremento de leitos de terapia semi-intensiva, passando dos atuais 10 leitos para 20. Falou também da implantação de mais oito leitos de mãe-canguru, um tipo de tratamento em que as mães ajudam no cuidado com os recém-nascidos, mantendo-os aquecidos em contato com os seus corpos.

Contratação
Embora nenhum representante da Prefeitura de São Luís comparecesse à reunião do Cedca, o adjunto da SES mencionou que o também adjunto da Secretaria Municipal de Saúde (Semus), Marcos Pacheco, durante uma reunião na Promotoria da Saúde, ontem pela manhã, informou que, num prazo de até 15 dias, pretende contratar médicos pediatras aprovados no concurso da Prefeitura. “Mas ele não nos garantiu que isto vai, efetivamente, ocorrer. Mas ele disse que esse é o trabalho que a Semus está executando”, ressaltou Egídio Ribeiro.

Segundo o diretor geral do Hospital Infantil Juvêncio Matos, Cláudio Araújo, o paliativo encontrado para a unidade de saúde foi a redução das cirurgias eletivas, isto é, aquelas que não necessitam de urgência, para ampliar o atendimento clínico. Dessa forma, dos 22 leitos do setor cirúrgico, 18 foram transformados em leitos clínicos, o que elevou de 44 para 62, a fim de atender à demanda.

“No ambulatório, o atendimento médio diário é de 200 pacientes. Muitos deles vêm do interior do Estado, de municípios que poderiam tratar doenças como pneumonia, por exemplo, e outros males comuns nesta época do ano, conseqüência do período de chuva”, disse Cláudio Araújo.

Ainda no tocante ao TAC proposto pela Defensoria Pública, segundo explicou o presidente do Cedca, Sálvio Dino, o Conselho vai acompanhar a execução de todas as políticas públicas que estão sendo implementadas no âmbito estadual, bem como contribuir na formulação de tais políticas. “O Conselho quer se integrar a toda essa discussão, para que possamos trabalhar conjuntamente com os demais órgãos públicos, na pers-pectiva de que tenhamos uma me-lhoria no atendimento às crianças”, declarou Sálvio Dino.

A precariedade no atendimento de urgência pediátrica em São Luís é alvo de denúncias desde 2005. Uma reportagem de O Estado, de agosto daquele ano, informou a ação movida pelo Ministério Público do Maranhão à Justiça para a ampliação do número de UTIs neonatais. Em conseqüência, o juiz da 2ª Vara da Fazenda Pública de São Luís, Marcelo Carvalho da Silva, determinou ao Governo do Estado e à Prefeitura de São Luís que construam mais UTIs. Na ocasião, o magistrado ordenou também que o Estado e o município custeiem leitos em UTI de hospitais particulares àqueles pacientes da rede pública que necessitarem do serviço.

 

São Luís

04/04/2007 - 12:46h

Secretarias vão assinar termo de ajustamento de conduta sobre UTI''s

Fonte: Imirante

SÃO LUÍS - Depois de várias denúncias sobre problemas no atendimento de crianças e a falta de UTI´s neonatais nos hospitais de São Luís, a Defensoria Pública do Estado anuncia que vai definir um termo de ajustamento de conduta para as Secretarias de Saúde do Município e do Estado.

O relatório foi apresentado pela Defensoria Pública do Estado. O documento denuncia a falta de atendimento a crianças nos hospitais públicos da Capital. No diagnóstico feito durante a reunião foi apresentado o número de leitos e UTI’s neonatal em São Luis.

Na Maternidade Marly Sarney existe 20 leitos. Na maternidade Benedito Leite são 10 leitos na UTI neonatal. No hospital Juvêncio Matos, os 8 leitos da UTI estão fechados desde 2002.

A Defensoria Pública cobrou ações das Secretarias de Saúde do Município e Estado para melhorar o atendimento no setor de Pediatria dos hospitais. Para isso vai ser definido um termo de ajustamento de conduta.

No hospital Materno Infantil - mantido com verbas federais e uma ajuda do Estado - existem 20 leitos na UTI neonatal, mas no hospital conseguir vaga é um desafio que pode levar horas e até um dia inteiro.