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Retrospectiva - Ano de crise na saúde terá ainda mais reflexos em 2007
24-12-2006
UTI desativada do HC: reativação depende de verbas extras
 

O ano de 2006 foi marcado pela crise na saúde, que neste ano fechou leitos de UTIs, cortou atendimentos e remédios em hospitais, além de provocar falta de medicamentos em postos.

É uma seqüência de dificuldades que ainda deve revelar reflexos em 2007. O Complexo Famema está em redução de serviços e transferência de responsabilidade para a prefeitura. A Unimar pode transferir serviços e cursos para Bauru.

O ápice da crise se deu em julho, quando o Hospital das Clínicas anunciou a desativação de 12 leitos de UTI (Unidade de Terapia Intensiva) para adultos em virtude de crise financeira. O déficit da instituição gira em torno de R$ 1 milhão ao mês.

Com o corte, foi reduzido pela metade o número de leitos – o hospital disponibilizava 24 vagas na UTI adulto e passou a oferecer 12 vagas.

O assistente técnico de direção do HC, Luís Carlos de Paula e Silva, disse que desde o final do ano passado houve um acréscimo significativo do número de pacientes. No entanto, os repasses de verbas não acompanharam o aumento da demanda.

“Temos capacidade para atender 3.000 ao mês no pronto-socorro e estamos atendendo 12 mil. Recebemos para atender 3.000, mas estamos atendendo quatro vezes mais”, exemplificou Luís.

Segundo ele, a crise financeira do hospital fez com que a instituição não conseguisse mais cumprir os compromissos com os fornecedores, atrasando os pagamentos. Com isso, o envio de insumos para realização de exames foi cortada.

O maior reflexo disso foi o corte na entrega de kits para realização de exames no Hemocentro. Desde o dia 1º de julho, portanto, estão sendo feitos apenas exames em pacientes graves, que correspondem apenas entre 5% e 8% do volume total realizado.

Ao mês, o Hemocentro faz entre 15 mil a 20 mil exames clínicos eletivos, como diabetes, colesterol, triglicérides, uréia, exames de avaliação pré-operatória. Com a crise, apenas exames de urgência estão sendo feitos, ou seja, em pacientes em risco de morte.

Segundo a DIR (Direção Regional de Saúde), com a desativação ocorrida no HC o número de leitos de UTI para atendimento a adultos pelo SUS na região caiu quase 25%, de 49 para 37.

Atualmente há um leito de UTI para cada município da regional de saúde, responsável pelo atendimento de 640 mil habitantes em 37 cidades.