03/07/2007 09:10 - MATO GROSSO SUL - MIDIAMAX
Médicos ameaçam fechar setores de Pediatria do HU e exigem contratações
 
Milena Crestani
 
 

Os médicos dos setores de Pediatria do HU (Hospital Universitário) de Campo Grande ameaçam parar o atendimento no pronto-socorro infantil, UTI (Unidade de Tratamento Intensivo) neonatal e CTI (Centro de Tratamento Intensivo) pediátrica caso não sejam contratados mais profissionais. Segundo o chefe da divisão de Medicina do hospital, Carlos Geraldo Sobral de Medeiros, a Secretaria Municipal de Saúde pediu prazo até sexta-feira, dia 6, para tentar conseguir mais profissionais. Sobral afirmou ao Midiamax que desde o fim do ano passado a Secretaria promete arrumar mais médicos para que estes setores continuem funcionando, mas até agora nenhuma providência foi tomada. Ele citou que não há como manter os três setores de pediatria funcionando caso mais profissionais não sejam contratados. O diretor administrativo do hospital, Cláudio Silva, confirmou o déficit de médicos. Ele afirmou que o HU precisa de pelo menos 38 novos médicos para suprir a demanda de pacientes e conseguir fazer um bom e completo atendimento. “O HU sempre teve um déficit funcional e sempre que abre concurso as contratações são insuficientes”, afirma o diretor. No fim do ano passado, a direção do HU firmou um convênio com a Secretaria Municipal de Saúde para garantir a contratação de mais médicos. O acordo previa que os médicos deveriam continuar com o pronto-socorro funcionando por mais seis meses que a Secretaria iria se disponibilizar a contratar mais médicos. “Mas já se passaram sete meses e nenhuma providência foi tomada. O HU cumpriu sua parte e manteve os setores da Pediatria funcionando”, afirma Sobral. Hoje, a UTI neonatal dispõe de oito leitos, mas apenas três médicos revezam-se para realizar o atendimento nas 24 horas. “Não há nem como aumentar os plantões, pois os médicos já estão com muita carga de trabalho”, afirma o chefe da divisão de Medicina do HU. Além da UTI neonatal do HU, a Capital dispõe de leitos em apenas outros três hospitais que enfrentam constantes problemas de superlotação no setor. Já a CTI Pediátrica tem cerca de oito leitos disponíveis e os médicos revezam o atendimento com o pronto-socorro infantil. Dois médicos atendem no pronto-socorro e recebem auxílio de outros cinco profissionais que atendem nos locais. O HU só pode contratar médicos através de concurso aberto pelo MEC (Ministério da Educação) autorizado pelo Ministério do Planejamento. O TCU (Tribunal de Contas da União) proíbe a contratação terceirizada de profissionais.

Greve

Além do problema relacionado a falta de profissionais, o HU enfrenta a greve dos servidores. Pelo menos 40% do hospital já foi afetado pela paralisação e as cirurgias eletivas estão suspensas. Ontem, o Samu (Serviço de Atendimento Móvel de Urgência) protocolou pela segunda vez neste ano denuncia contra o hospital alegando falta de macas disponíveis para atender os pacientes no PAM (Pronto Atendimento Médico). A direção do hospital já instaurou sindicância e está tomando providências para solucionar este impasse.