São Luís - Fonte: Imirante

30/01/2007 - 08:31h

Um bebê vindo do municcípio de Presidente Dutra, morreu ontem (29) à noite, depois de percorrer várias maternidades em busca de atendimento médico especializado. Nas maternidades a justificativa era sempre a mesma: falta de leito disponível.

Sem assistência, bebê morre em ambulância

SÃO LUÍS - Descaso com a saúde pública. A superlotação das UTI´s para recém-nascidos nos hospitais públicos em São Luís provoca mas uma vítima. Ontem (29) à noite, um bebê vindo do interior do Estado, morreu, depois de percorrer várias maternidades em busca de atendimento médico especializado.

Dentro da ambulância era grande o drama de uma mãe para tentar salvar a vida da filha recém-nascida. A pequena Elisandra nasceu ontem às 4 da manhã na cidade de Presidente Dutra, mas por causa de problemas durante o parto precisava ser internada em um hospital com UTI Neo-natal.

Viagem até São Luis em busca de atendimento durou quatro horas, mas a angústia da mãe Maria Elinete Sousa e do motorista da ambulância estava só começando.

A ambulância chegou em São Luis às 16 horas e iniciou uma peregrinação para tentar salvar a vida da criança. Nas maternidades Marly Sarney, Benedito Leite e no Hospital Materno Infantil a justificativa era sempre a mesma: falta de leito disponível.

Somente na segunda tentativa e com a presença da diretora do hospital é que a recém-nascida foi internada no Materno Infantil já por volta de 19 horas.

Mas a criança não resistiu e morreu. A mãe muito abalada não quis gravar entrevista. Para o motorista da ambulância os pacientes graves de Presidente Dutra são encaminhados para Teresina ou para São Luis. Mas é na Capital maranhense, segundo ele, que a falta de atendimento é maior.

A diretora do Materno Infantil explica que a falta de leitos é uma conseqüência da super-lotação. Ela mostrou pacientes sendo atendidos nos corredores do hospital.

A diretora revelou que a UTI Neo-natal do Materno Infantil tem capacidade para atender 20 pacientes de alto risco e 16 de médio risco, para ela quantidade insuficiente para a demanda.

O promotor especializado da Saúde, Herbert Figueiredo, afirmou que casos semelhantes devem ser comunicados com urgência à Promotoria para que o atendimento médico seja prestado em clínicas e hospitais particulares.

Sobre a morte do bebê, o promotor disse que, ainda hoje, vai se pronunciar. O telefone do Ministério Público é 3219 1600.