Luís Cardoso/Agência BOM DIA -
Bauru |
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Gastro Kazuo Sawao Filho, 42, usa palmtop em atendimentos
no Pronto-Socorro Central |
O atendimento de pacientes nunca esteve tão nas mãos dos
médicos como agora. Com a ajuda da tecnologia, mais precisamente dos
palmtops, esses profissionais levam o que há de mais moderno às salas de
urgência e emergência para garantir agilidade. Tudo em dois ou três toques,
na frente do paciente.
O uso é recente (nos últimos quatro anos), mas a tendência é de vida
longa ao uso dos computadores de mão pelos médicos. Em Bauru, eles são
usados principalmente nos prontos-socorros e UTIs (Unidades de Tratamento
Intensivo) para checagem de medicamentos, dosagens e diagnósticos. “É muito
útil. Nossa profissão tem muita informação”, diz o anestesista Luiz Antonio
Sabbag, 51 anos.
Do tamanho da palma da mão – daí o nome –, estes computadores podem
armazenar programas específicos da área médica. Neles, é possível consultar
sem dificuldade os tipos de medicamento ou a dosagem adequada para aplicar
no paciente. “Antes, em alguns casos, tinha que sair e pesquisar em livros.
Agora é na frente do paciente”, conta Sabbag.
Além dos programas, os profissionais colocam informações sobre os pacientes
e, quando possível, acessam a internet para consultar outras informações.
O gastro Kazuo Sawao Filho, 42, começou a usar o palmtop há três anos nos
atendimentos que realiza na UTI do Hospital de Base e no Pronto-Socorro
Central. Tem dois equipamentos, um deles considerado o mais novo no mercado.
“Em vez de trazer grandes volumes de material, trago só ele.”
Do bolso, o anestesista Sabbag tira também um dos seus dois palmtops.
Companheiro de trabalho há quatro anos, ele já não se imagina mais sem o
equipamento. “Às vezes, não dá tempo de ir pesquisar. Assim, diminuimos a
chance de errar”, considera o profissional da UTI do Hospital da Unimed, do
Pronto-Socorro e do Hospital Estadual.
Os médicos bauruenses não estão sozinhos nessa prática e refletem um
comportamento nacional e internacional. Em estudo recente realizado na
Unifesp (Universidade Federal de São Paulo), estima-se que, nos Estados
Unidos, 75% dos médicos usem o equipamento. No Brasil, a média estaria entre
30% e 40% da classe nos estados do Rio de Janeiro e São Paulo.
Amantes da tecnologia, Sawao Filho e Sabbag procuram acompanhar as inovações
do mercado. “Não dá pra ficar longe disso”, dizem. Longe, apenas os livros,
agora nas estantes.
Celular surge como opção
Há quem se arrisque a prever o fim dos palmtops, não em pouco tempo, mas
inevitavelmente. O lançamento de aparelhos com multifunções, os smartphones,
poderiam inviabilizar a existência dos computadores de mão.
Por ora, a idéia desagrada o gastro Kazuo Sawao Filho. “Os smartpohones não
têm a mesma capacidade de memória e são lentos”, diz – e ele está certo.
Mas é questão de tempo. Para o engenheiro de software e pesquisador da
Unifesp, Paulo Salomão, a tendência é ficarem só os smartphones, que devem
melhorar a configuração.
Seja qual for, o Cremesp (Conselho Regional de Medicina do Estado de São
Paulo) é favorável ao uso de equipamentos que facilitem o acesso às
informações. “O médico tem condições de receitar melhor ou mesmo facilitar o
diagnóstico”, considera o conselheiro do Cremesp em Bauru, Carlos Alberto
Monte Gobbo.
5/5/2007 |
Lilian
Venturini |
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