PRESIDENTE DA SOBRATI FALA DA RDC - 07 DE 2010 SOBRE FUNCIONAMENTO DAS UTIS
O Ji- Jornal do Intensivista entrevista o presidente da SOBRATI sobre a nova Resolução da ANVISA que inclui critérios de funcionamento das Unidades de Terapia Intensiva. Dr Ferarri comenta o avanço interdisciplinar, a responsabilidade técnica, e não chefia, e a oficialização da coordenação das profissões envolvidas no atendimento-UTI. Ressalta a necessidade formação do intensivistas e a ampliação da humanização. A sua visão a SOBRATI vê como uma verdadeira conquista as novas regulamentações. A Equipe, a autonomia do profissional e do paciente, o respeito entre seus integrantes, foram temas abordados. 1- Como o Sr viu esta publicação sobre o funcionamento das UTIs ? Toda regulamentação é bem vinda. As UTIs brasileiras estão tendo um grande avanço, hoje contamos com mais de 3.500 Unidades e 35.000 leitos no país. Temos diminuído a taxa de mortalidade e impactando na sobrevida. A resolução trouxe vários aspectos positivos servindo de referência. É muito importante lembrar que não tem aspecto punitivo, mas colabora na adequação das Unidades, traz informações e normatizações que devem ser discutidas, ampliadas e planejadas com os órgãos reguladores. Todas UTIs são de utilidade pública, seja privada ou pública, portanto as suas aberturas devem ser estimuladas, obedecendo a qualidade e ao mesmo tempo recebendo apoio das Instituições governamentais ou não governamentais. 2- Qual foi o aspecto mais importante no seu ponto de vista ? Hoje vivemos uma nova era na saúde. A questão multidisciplinar é a tônica do momento. A SOBRATI tem dito que somente com a união dos profissionais de saúde em um Único Corpo ( CORPO DE SAÚDE) é que poderemos avançar nas conquistas definitivas para o paciente crítico. A Resolução confirma que os profissionais não apenas médicos devem ter seus prontuários, seus diagnósticos, suas condutas e rotinas. Oficializou a coordenação da enfermagem e da fisioterapia, o que a SOBRATI a muito tempo tem solicitado. Também reforça a qualificação, educação e exigência da formação específica em Terapia Intensiva para todos segmentos profissionais. Portanto, o reforço na EQUIPE foi a mais importante tônica da Resolução. Sabemos que equipamentos e estrutura física são elementos importantes, porém secundários quando se trata de avanços terpêuticos e papel da equipe e grau de qualificação. 3- O que mais houve foi inovador ? O reforço na necessidade de HUMANIZAR a UTI. A própria ANVISA reconheceu esta necessidade. O paciente passa a ter ainda mais o seu direito de decidir sobre si, o respeito aos princípios humanos da dignidade e da autodeterminação. São aspectos subjetivos, mas são muito claros e devem obedecidos. 4- O que faltou ? Em prmeiro lugar quero elogiar a Resolução, pois tivemos a oficilaização dos avanços que já são vistos nas UTIS brasileiras. É uma resolução que nos deixa muito a vontade, tratando-se de critérios, no ponto de vista pessoal, mínimos e coerentes. Gostaria muito se viesse acompanhada da abertura 24 h das UTIs para família, mas entendo que ainda não estamos preparados para esta realidade no Brasil. A Resolução reforça que todas as medidas deverão ser feitas para HUMANIZAR o tratamento do paciente crítico. Cabe a cada UTI entender a importância do livre acesso à família. Mas sou otimista, entendo que no futuro essa discussão estará superada, assim como a autonomia das profissões de saúde foi reconhecida e superada no aspecto da publicação e oficialização na Resolução. Como dizia Einstein: É mais fácil romper um átomo do que um preconceito. Chegaremos lá. |