MATERNIDADE-ESCOLA (24/3/2007)

Situação da UTI preocupa

Diário do Nordeste - fortaleza

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A Maternidade-Escola Assis Chateaubriand tem 21 leitos de UTI neonatal e está com mais de 100% de ocupação (Foto: João Luís)

Na primeira crise de leitos de UTI neonatal de 2007, três bebês esperam por transferência na Maternidade-Escola

Há três dias a Unidade de Terapia Intensiva (UTI) neonatal da Maternidade-Escola Assis Chateaubriand (Meac) está com a capacidade de atendimento superada. Todos os 21 leitos da UTI estão ocupados e mais oito foram improvisados para atender a demanda, totalizando 29 bebês internados, a maioria prematura.

Apesar da situação não ser grave, se comparada a episódios anteriores, preocupa, pois até a tarde de ontem, não havia nenhum leito disponível na rede pública e também na privada para receber os bebês que podem ser transferidos para outras unidades. No Hospital e Maternidade César Cals a situação não é diferente. De acordo com a Secretaria de Saúde do Município, a unidade está dentro do limite de lotação permitido, com 25 pacientes na UTI neonatal.

A diretora da Meac, Zenilda Vieira Bruno, explica que a maternidade está sempre com os leitos lotados. Ela avalia que a lotação de até 25 bebês é a ideal para oferecer atendimento sem risco. Acima desse número, frisa ela, a situação deve ser avaliada com cautela e o trabalho dos profissionais na unidade se torna mais cuidadoso. O grande risco oferecido aos pequenos pacientes é a possibilidade de contrair infecções hospitalares.

Uma das medidas tomadas dentro da unidade foi a colocação de mais enfermeiras e auxiliares para cuidar dos bebês e assim manter um controle rígido contra as infecções. “São necessários mais leitos de UTI neonatal na cidade”, observa a médica. Além dos leitos de terapia intensiva, a Meac também tem uma unidade de média complexidade, apta a receber os recém-nascidos que tiverem complicações ao nascer. Essa ala também está trabalhando com a capacidade máxima de atendimento.

Na tarde de ontem, 14 bebês estavam recebendo cuidados no local. Um deles é o filho da doméstica Antônia Cláudia Barbosa Maciel, de 37 anos. O pequeno Luiz Fernando Barbosa Maciel nasceu na última segunda-feira, depois de oito meses de gestação. Cláudia Maciel veio do distrito de Antônio Diogo, em Redenção, para se internar na Meac por ter apresentado um quadro de eclampsia. O parto ocorreu bem, mas Luiz Fernando teve que ficar internado por conta de uma infecção urinária e de icterícia (pele amarelada).

Através do vidro, a mãe observa os movimentos do seu terceiro filho. “Eu já chorei tanto, queria levar ele pra casa logo”, desabafa. O bebê, que nasceu com um pouco mais de dois quilos, terá de ficar internado até atingir o peso ideal e melhoras das enfermidades.

NAIANA RODRIGUES
Repórter