Diário do Nordeste - fortaleza
A Maternidade-Escola Assis Chateaubriand tem 21 leitos de UTI neonatal e está com mais de 100% de ocupação (Foto: João Luís)
Na
primeira crise de leitos de UTI neonatal de 2007, três bebês esperam por
transferência na Maternidade-Escola
Há três dias a Unidade de Terapia Intensiva (UTI) neonatal da
Maternidade-Escola Assis Chateaubriand (Meac) está com a capacidade de
atendimento superada. Todos os 21 leitos da UTI estão ocupados e mais oito
foram improvisados para atender a demanda, totalizando 29 bebês internados, a
maioria prematura.
Apesar da situação não ser grave, se comparada a episódios anteriores,
preocupa, pois até a tarde de ontem, não havia nenhum leito disponível na rede
pública e também na privada para receber os bebês que podem ser transferidos
para outras unidades. No Hospital e Maternidade César Cals a situação não é
diferente. De acordo com a Secretaria de Saúde do Município, a unidade está
dentro do limite de lotação permitido, com 25 pacientes na UTI neonatal.
A diretora da Meac, Zenilda Vieira Bruno, explica que a maternidade está
sempre com os leitos lotados. Ela avalia que a lotação de até 25 bebês é a
ideal para oferecer atendimento sem risco. Acima desse número, frisa ela, a
situação deve ser avaliada com cautela e o trabalho dos profissionais na
unidade se torna mais cuidadoso. O grande risco oferecido aos pequenos
pacientes é a possibilidade de contrair infecções hospitalares.
Uma das medidas tomadas dentro da unidade foi a colocação de mais enfermeiras
e auxiliares para cuidar dos bebês e assim manter um controle rígido contra as
infecções. “São necessários mais leitos de UTI neonatal na cidade”, observa a
médica. Além dos leitos de terapia intensiva, a Meac também tem uma unidade de
média complexidade, apta a receber os recém-nascidos que tiverem complicações
ao nascer. Essa ala também está trabalhando com a capacidade máxima de
atendimento.
Na tarde de ontem, 14 bebês estavam recebendo cuidados no local. Um deles é o
filho da doméstica Antônia Cláudia Barbosa Maciel, de 37 anos. O pequeno Luiz
Fernando Barbosa Maciel nasceu na última segunda-feira, depois de oito meses
de gestação. Cláudia Maciel veio do distrito de Antônio Diogo, em Redenção,
para se internar na Meac por ter apresentado um quadro de eclampsia. O parto
ocorreu bem, mas Luiz Fernando teve que ficar internado por conta de uma
infecção urinária e de icterícia (pele amarelada).
Através do vidro, a mãe observa os movimentos do seu terceiro filho. “Eu já
chorei tanto, queria levar ele pra casa logo”, desabafa. O bebê, que nasceu
com um pouco mais de dois quilos, terá de ficar internado até atingir o peso
ideal e melhoras das enfermidades.
NAIANA RODRIGUES
Repórter