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UNIDADE DE TERAPIA INTENSIVA UTI

A UNIDADE DE TERAPIA INTENSIVA

GUIA PRÁTICO PARA FAMILIARES

Ferrari.D

www.medicinaintensiva.com.br

 

 

 

A Unidade de Terapia Intensiva (UTI) destina-se a internação de pacientes com instabilidade clínica e com potencial de gravidade. Exemplos mais comuns são doenças como Infarto Agudo do Miocárdio, Desconforto Respiratória, Acidente Vascular Cerebral, hipotensão arterial refratária, trauma e pós-operatório. Como ambiente de alta complexidade, é local reservado e único no ambiente Hospitalar, já que se propõe estabelecer monitorização completa e vigilância 24 horas. Pode ser dividida em Unidade Adulto, Pediátrica e Neonatal.

 

A equipe de atendimento é multiprofissional e interdisciplinar, constituída por médicos, enfermeiros, fisioterapeutas, nutricionistas, psicólogos e assistentes Sociais. Cada leito contém monitores cardíacos, cama elétrica projetada, oximetria de pulso e rede de gases.

 

As UTIs desde da década de 1930 transformaram o prognóstico, reduzindo os óbitos em até 70%. Hoje todas especialidades utilizam-se das Unidades Intensivas, principalmente para controle de pós-operatório de risco.

 

 

VISITAS E HUMANIZAÇÃO

 

 

 

É muito importante tanto para o paciente como para família compreender a UTI como etapa fundamental para superação da doença, porém tão importante é aliviar e proporcionar conforto independente do prognóstico. A equipe está orientada no respeito a dignidade e auto-deterrminação de cada pessoa internada, estabelecendo e divulgando a humanização nos seus trabalhos, buscando amenizar os momentos vivenciados através do paciente e família. A UTI é sem dúvida muito importante para o avanço terapêutico, porém impõe nova rotina ao paciente onde há separação do convívio familiar e dos amigos, que pode ser amenizada através das visitas diárias. Outro aspecto importante é a interação família-paciente com a equipe, apoiando e participando nas decisões médicas.

 

 

OS  EQUIPAMENTOS E TÉCNICAS

 

 

Monitor Cardíaco

 

Efetua leitura do traçado eletrocardiográfico, como freqüência cardíaca e medida intermitente de pressão arterial. Situa-se na cabeceira do leito e é conectado ao paciente através de eletrodos descartáveis no tórax. Objetiva a análise das eventuais arritmias cardíacas que podem ocorrer em virtude dos distúrbios dos eletrólitos sanguíneos ou "exigências do coração" e analisa a pressão arterial 24 horas, permitindo a equipe avaliar a manutenção da circulação e fluxo sanguíneo de forma indireta.

 

Oximetria de Pulso

 

Equipamento que possui sensor óptico luminoso o qual é colocado no dedo. Através da determinação da coloração sanguínea capilar, verifica a taxa de saturação do oxigênio designada Saturação de O2, ou seja, mede indiretamente a oxigenação dos tecidos de maneira contínua. É útil para avaliar descompensações respiratórias.

 

Sonda Naso-Enteral

 

Quando ocorre dificuldade da ingestão dos alimentos, é introduzida sonda maleável de baixo calibre na narina até o duodeno, porção após o estomago. Dietas especiais designadas Dietas Enterais, são mantidas em infusão contínua dando aporte necessário de calorias, proteínas e eletrólitos. As Dietas especiais dispensam as dietas convencionais, podendo o paciente utilizá-las por longo período. Estado de inconsciência ou impossibilidade de deglutição são indicações importantes da sua indicação.

 

 

Sonda Vesical

 

Em pacientes inconscientes ou que necessitam controle rígido da diurese ( volume urinário ), é necessário introduzir sonda na uretra ( canal urinário ) até a bexiga. A sonda é conectada em bolsa coletora que fica ao lado do leito em locais baixos. É muito importante o controle da diurese em virtude de indicar o estabelecimento e manutenção do sistema renal-excretor, ainda colaborando para a medida de infusão correta de líquidos nos pacientes. A retirada da SV estará na dependência do nível de consciência e necessidade do controle urinário rígido para hidratação.

 

 

Máscara e cateter de Oxigênio

 

 

 São dispositivos utilizados para fornecer oxigênio suplementar em quadros de falta de ar. O cateter é colocado no nariz e a máscara próxima a boca com finalidade de nebulizar umidificando e ofertando O2.  Em geral são dispositivos passageiros e retirados após melhora dos quadros dispnéicos ( falta da ar ).

 

 

Cateter Central

 

 O cateter é chamado de central em decorrência de estar próximo ao coração. Fino, da espessura da uma carga de caneta, é introduzido através do pescoço ou no tórax ( infraclavicular – abaixo da clavícula ). Permite acesso venoso rápido e eficaz. Sua permanência pode variar de semana a meses. É indolor.

 

 

Tubo Orotraqueal

 

 

Trata-se de tubo plástico, maleável, de diâmetro aproximado de 0.5 a 1.0 cm e é introduzido na traquéia sob anestesia e sedação. Permite a conexão do ventilador mecânico com os pulmões. A permanência pode ser de curta duração, até horas, ou semanas. Caso não possa ser retirado e com previsão maior de duas semanas, poderá ocorrer possibilidade de traqueotomia e inserção da cânula baixa permitindo ao paciente maior conforto e até alimentar-se. A traqueotomia é efetuada em geral após a permanência de duas semanas de tubo orotraqueal e pode ser efetuada na UTI ou centro cirúrgico, isto a critério de cada serviço. É relativamente simples, sendo efetuada com anestesia geral endovenosa, podendo surgir complicações como sangramento ou espasmos traqueo-brônquicos.

 

 

Ventilador Mecânico

Aparelho microprocessado valvular que permite a entrada e saída do ar dos pulmões, oxigenando-os e mantendo estabilidade e segurança do sistema respiratório. Os equipamento modernos permitem maior interação entre paciente-ventilador com seu comando ou não. Apesar das inúmeras vantagens e em vários casos obrigatórios, estabelece interrupção da fisiologia normal respiratória, favorecendo infecções pulmonares designadas “pneumonias do ventilador”. O processo de retirada do ventilador mecânico é chamado de desmame ventilatório, que é gradual e dependente de cada caso específico.

 

 

Bomba de Infusão

LIFEMED, Tecnologia a Serviço da Medicina

 

Equipamento que possui sistema de rotação para infusão volumétrica como soro através de equipo ( circuito plástico ) próprio. É muito importante como função da aplicação contínua dos volumes medidos e precisos, incluindo medicações, tendo como segurança sistema de alarme para qualquer interrupção ou desconexão.

 

Coma Induzido

 

 

Na UTI há grande preocupação em fornecer conforto e ausência de dor a todos pacientes internados. Em casos mais graves, principalmente quando há necessidade da Intubação Orotraqueal, é iniciada sedação ( tranqüilizante e indutor de sono ) e analgesia ( abolição da dor ) contínua que pode levar a ausência total de consciência e sonolência profunda. Neste estágio, designado “coma induzido” , não há dor, não há frio e a percepção do paciente é interrompida. O tempo e espaço nesta situação é abolido, onde pacientes que permanecem “meses”  na Unidade, recordam como “horas” .

 

 

As Infecções

 

 

As infecções são as causas mais importantes de internações em Unidades Intensivas. Em geral respiratórias ou urinárias, recebem tratamento com antibióticos de última geração e de amplo espectro de ação contra bactérias. Os riscos das infecções ocorrem quando há disseminação hematogênica ( através do sangue ) e ocorre generalização do processo infeccioso designada tecnicamente como Sepse. Outro motivo de preocupação crescente é a infecção desenvolvida no ambiente hospitalar, sendo na grande maioria prevista e inevitável principalmente em decorrência de técnicas invasivas como a pneumonia do Ventilador Pulmonar.

 

 

Exames Complementares de Rotina

 

 

Todos os órgãos e sistemas são avaliados diariamente nos pacientes internados nas UTIs. Após avaliação clínica, são solicitados exames de rotina como:

 

- Hematológicos: através da punção venoso, coleta-se pequena amostra de sangue para avaliação no laboratório central dos principais eletrólitos, enzimas e metabólitos do organismo. A função renal é medida indiretamente através da dosagem da uréia e creatinina, dando ao médico informação valiosa em relação a integridade renal.

 

- Gasométricos: designada de gasometria arterial, é efetuada punção na artéria radial situada no punho ( local do pulso ). Após coleta, a amostra é analisada através  do equipamento designado hemogasômetro que permite a análise dos principais gases do sistema respiratório tais como oxigênio  e gás carbônico. Portanto é método para avaliação da boa função pulmonar.

 

- Radiológicos: Diariamente efetua-se nos pacientes submetidos a ventilação mecânica a radiologia torácica pulmonar para controle e diagnósticos de derrames ( líquidos ) e infecções como a broncopneumonia.

 

Procedimentos Cirúrgicos Eventuais:

Eventualmente alguns procedimentos cirúrgicos de pequeno porte podem ser necessários. Nas situações emergenciais são realizados através do próprio intensivista e na rotina através da equipe cirúrgica especializada de apoio do Hospital. 

 

- Traqueotomia: Não é recomendada a manutenção por longos períodos da cânula de intubação em virtude de lesões que podem ocorrer na traquéia e laringe. Não há tempo específico recomendado, cabendo ao intensivista a indicação e recomendação da traqueotomia. Procedimento relativamente simples, consiste na abertura da traquéia na região inferior frontal do pescoço e introdução de cânula plástica em substituição a mantida através da boca. Pode ou não ser procedimento permanente, podendo ser retirada quando do desmame efetivo do ventilador mecânico.

 

- Drenagem Torácica: Em coleções líquidas importantes no pulmão ou no pneumotórax ( colabamento do pulmão ), pode ocorrer necessidade da colocação de dreno torácico com sistema coletor. Trata-se de procedimento provisório.

 

- Catéter de PIC: Catéter introduzido na porção superior da cabeça para drenagem liquórica de alívio. Em geral provisório.

 

- Catéter de Diálise Peritoneal: introduzido no abdome, permite a infusão de líquido intra-abdominal e troca dialítica. Procedimento simples, podendo ser permanente ou não.

 

 

 

Equipe Multiprofissional e Interdisciplinar

 

 

Médico Intensivista: designação técnica do médico especializado e dedicado exclusivamente ao atendimento do paciente internado nas Unidades Intensivas e Emergenciais. Possui conhecimento clínico e cirúrgico amplo, capaz de diagnosticar, medicar e realizar procedimentos complexos emergenciais. A especialidade é definida como Medicina Intensiva, reconhecida mundialmente com certificações específicas. Cabe a este profissional evoluir e medicar diariamente os pacientes internados nos aspectos nutricionais, cardiológicos, pulmonares, neurológicos entre outros. Responde integralmente na condução e responsabilidade da Unidade como todo.

 

Enfermeiro Intensivista: Enfermeiro com formação para o atendimento de pacientes de alta complexidade com grande dependência no leito. Supervisiona a ação do grupo de técnicos e auxiliares de enfermagem, como a higienização, controle das medicações e prescrições, tendo papel assistencial fundamental.

 

Fisioterapeuta Intensivista: a fisioterapia no paciente crítico é fundamental para manutenção e prevenção de vários aspectos da fisiologia em virtude da dependência total ou parcial dos pacientes que podem culminar na chamada Síndrome do Imobilismo. Na Síndrome há diminuição do trofismo muscular, emagrecimento, retração de tendões e vícios posturais que podem provocar contrações permanentes e no dorso ( nas costas ) as chamadas escaras. A assistência ventilatória é outra necessidade fundamental realizada através do fisioterapeuta, que efetua higienização brônquica diária através de técnicas específicas e controle do ventilador mecânico juntamente com o médico.

 

Nutrólogo e nutricionista: o nutrólogo é médico especializado no diagnóstico e prescrição nutricional. Diariamente efetua avaliações e mantém o aporte calórico, protéico, glicêmico e vitamínico equilibrado e  essencial para manutenção do funcionamento e atividades vitais do organismo. O nutricionista, incorporado na equipe multiprofissional, efetua diagnósticos e evoluções dietéticas específicas, coordenando, organizando e acompanhando as prescrições nutricionais.

 

Psicólogo Intensivista: todos aspectos emocionais, seja do paciente, da família ou da equipe, são constantemente avaliados e observados através da psicologia intensiva. Com presença fundamental nos períodos das visitas familiares, objetiva estabelecer além da humanização a aproximação e apoio terapêutico necessário.

 

Assistente Social:  atua no apoio a família e paciente em situações externas ou internas que possam impor dificuldades não relacionadas ao andamento terapêutico direto, seja no âmbito familiar , do trabalho ou pessoais.

 

 

O Intensivista tem como missão:

 

 

- compromisso em  exercer a profissão baseada nos preceitos do códigos de ética;

- Buscar a Cura e atenuar a dor

- ser profissional qualificado para atender pacientes graves em qualquer circunstância e idade;

- desenvolver, com amparo da tecnologia, a melhor terapêutica;

- ter a presença, a dedicação e a vontade de superar a morte;

- não esquecer os preceitos que norteiam a dignidade humana, ou seja, o amor ao próximo, o respeito a pessoa e suas vontades;

- acolher em seus braços o paciente e sua família;

-Buscar a esperança;

 

 

 

Email: sobrati@uol.com.br

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