Santa Casa de Limeira - Sem
manutenção no ar-condicionado, UTI continua com metade dos leitos
Data: 21/04/2007
A
situação da Unidade de Terapia Intensiva (UTI) Geral da Santa Casa de
Misericórdia de Limeira, continua incerta, uma semana após a Gazeta publicar
que o local está funcionando com apenas a metade de sua capacidade. Dos 18
leitos, só nove estão disponíveis. O restante foi interditado devido a
problemas no sistema de ar-condicionado.
Desde terça-feira (dia 10) da semana passada, a reportagem busca informações
sobre o andamento da manutenção, por se tratar de uma unidade que recebe
pacientes graves, muitas vezes em estado terminal ou com traumas e situações
graves de inúmeras doenças. No entanto, nenhum membro da diretoria da Santa
Casa se pronunciou diretamente, apenas através da Assessoria de Imprensa, que
afirmou ainda não haver novidades.
Na verdade, conforme foi divulgado na matéria anterior, a UTI está com a
metade dos leitos comprometida desde o início de março e, de acordo com
informações da Assessoria, a provedoria ainda está em negociação com a empresa
responsável de realizar o trabalho na tubulação de ar do setor. Segundo a
administração, não existe uma empresa especializada neste serviço em Limeira e
há necessidade de um robô entrar pela tubulação.
Enquanto isso, muitos dos pacientes que chegam até o Pronto-Socorro (PS) com
urgência, já são automaticamente encaminhados para a UTI da Sociedade Operária
Humanitária. Outros são atendidos e permanecem em sala estruturada para
atendimento de emergência no próprio PS e, quando há necessidade, a Unidade
Coronariana (UCO) da própria Santa Casa colabora e recebe os pacientes que não
têm condições de ser deslocados. As vagas são automaticamente preenchidas
quando algum dos nove leitos são desocupados. Já algumas das cirurgias
eletivas estão sendo adiadas para evitar a internação do pós-operatório.
Uma Unidade de Terapia Intensiva não pode funcionar sem ar-condicionado. A
refrigeração do ar precisa estar entre 15º C e 24º C para garantir qualidade
no tratamento do paciente e até evitar algumas complicações.
CONSEQÜÊNCIAS
Por enquanto, pelo que a reportagem conseguiu apurar, este impasse não chegou
a interferir no agravamento do quadro de saúde de qualquer paciente. Porém,
existe esta insegurança por parte de alguns familiares. A irmã de um paciente,
que já não está mais em tratamento intensivo, expôs o medo de saber que a UTI
passava por problemas. “De repente meu irmão passou mal e o trouxemos para cá.
Percebemos que havia algo estranho e ficamos com mais medo ainda quando
soubemos que, caso precisasse, não havia vagas na UTI. Não foi o caso, mas
tivemos contato com famílias que tinham parentes internados e todas elas
temiam que este problema, que não sabemos direito qual é, pudesse interferir
no tratamento”. A mulher preferiu não se identificar.
Durante esta semana, que a Gazeta apurou várias informações sobre o problema
da UTI, a secretária da Saúde, Elza Tank, também foi contactada para falar
sobre o assunto. Ela afirmou estar ciente do problema que a Santa Casa está
enfrentando e disse estar disposta a auxiliar no que for preciso. (RR)